Reprodução dos bovinos
A reprodução animal é uma actividade de maior importância
para o sucesso de qualquer exploração bovina, assim o maneio reprodutivo dos
bovinos tem como objectivo utilizar técnicas que visam optimizar o desempenho
produtivo e reprodutivo do rebanho, de forma racional e económica para que a
eficiência reprodutiva seja alcançada, devem ser adoptadas técnicas de maneio
como:
• Identificação dos
animais e seus registos;
• Definição da época
de cobrições;
• Detecção dos cios;
• Diagnostico de
gestação;
• Determinação de
idade do desmame;
• Controlo sanitário.
Cio
O ciclo estral nas vacas, é de 21 dias e, por isso, cada 21
dias as, vacas são receptivas ao macho e podem ser cobertas com sucesso. O cio
pode durar 12 a 18 horas, porém, o período em que a vaca aceita o touro não
ultrapassa as 12 horas. As vacas alteram normalmente o seu comportamento quando
estão em cio, que extremamente se manifesta do seguinte modo:
• Torna-se inquieta
ou fica excitada;
• Muge com frequência;
• Monta e deixa-se
montar por outras vacas;
• A vulva fica
intumescida, havendo descarga ligeira de um líquido viscoso cristalino;
• A vaca aceita
espontaneamente o macho;
• Urina com
frequência.
A cobrição duma vaca, em cio, deve ocorrer no período de
receptividade da fêmea em relação ao macho, principalmente no último terço do
cio. Na prática, se se detecta a fêmea em cio de manha, a cobrição deverá
ocorrer à tarde do mesmo dia, e vice-versa.
Cobrição
Os principais sistemas de reprodução nos bovinos são a monta
natural e a inseminação artificial
Cobrição natural
Pode ser em duas modalidades:
• Livre (no campo);
• Dirigida
(controlada)
Na monta livre, o touro fica todo o tempo com as fêmeas no
pasto e ou curral, durante todo o ano ou somente durante a época de monta.
Neste caso, um touro esta para 25 fêmeas. Tem a desvantagem de se realizarem
muitos saltos sobre a mesma vaca, e não permite o controlo da produção nem da
progénie dos vitelos, e o risco de tratamento de doenças de origem sexual é maior.
Na monta dirigida ou controlada, o touro é mantido separado
das fêmeas, e a qual esta no cio é levada da ao touro para a cobrição, neste
sistema, os saltos são feitos no momento apropriados é possível controlar a
reprodução e conhecer a paternidade dos vitelos, havendo menor risco de
transmissão de doenças venéreas. Um macho está para 50 fêmeas.
Inseminação artificial
É uma técnica em que o homem introduz o sémen do touro no
aparelho reprodutor da fêmea, com a ajuda de instrumentos e técnicas adequadas,
em condições de fecundá-la. É o método mais utilizado para a reprodução em gado
leiteiro.
Em explorações de gado de corte de grande dimensão,
estabelecem-se épocas e touros permanecem com as vacas por 2 a 3 meses, assim
se faz para permitir que os vitelos nasçam em épocas do ano com abundância de
alimento.
Gestação e parto
A gestação nas vacas dura de 270 a 290 dias, com uma medida
de 280 dias. Em geral, rebanhos numerosos, como o gado de corte, tem o parto ao
ar livre, no pasto, ou nos curais. O criador com animais leiteiros ou poucos
animais de corte, deve possuir uma construção para parições ou uma pequena
área, próximo das instalações, onde as vacas podem parir tranquilamente.
Os principais sinais de parto próximo são:
• Tetas e úbere de
tamanho maior e avermelhadas;
• A vulva aumenta de
volume e torna-se flácida;
• Corrimento mucoso
pela vulva;
• Contracções
abdominais;
• Aparecimento de
bolsa de água.
Quando o trabalho de parto se inicia, deve-se deixar a vaca
tranquila e evitar-se a presença de pessoas ou animais estranhos. Em casos de
problemas no parto, chame o técnico veterinário. Observe também a expulsão das
membranas fetais (placenta) e caso não sejam expulsos até 48 horas, deve chamar
o veterinário.
Nomeadamente os membros dianteiros do vitelo(a) aparecem em
primeiro lugar e de seguida a cabeça.
Cuidados a ter com o vitelo(a) recém-nascido
Verifique se o vitelo respira. Às vezes as membranas fatais
podem estar a cobrir a fossas nasais do bezerro e precisam de ser retiradas. Se
não respirar pode ser estimulado através de massagem no peito, deitando-lhe um
pouco de água fria ou introduzindo ligeiramente um pedaço de palha no nariz
para ele expirar. O cordão umbilical deve ser seccionado, a uns 10cm de
comprimento do corpo, desinfectado com tintura de iodo. É preciso garantir que
o vitelo consuma o colostro nas primeiras 6 horas, após o nascimento, para que
possa obter os anticorpos que vão proteger das infecções.
Doenças mais frequentes
As doenças dos bovinos custam, ao criador e ao país,
avultadas somas de dinheiro, anualmente. Lamentavelmente, as doenças que causam
perdas maiores são aquela que até se podem prevenir, através da vacinação, bom
maneio ou controlo de vectores como carraças e outros.
É importante reconhecer os primeiros sinais de doenças nos
animais, de forma a poder tornar-se medidas imediatamente, para evitar perdas.
Sinais do animal doente
• Perda de apetite e
ausência de ruminação;
• Redução da
produtividade de leite (vacas);
• Pelo seco, sem
brilho, com crostas e eriçado;
• Perda progressiva
de peso (emagrecimento);
• Febre;
• Movimentos não
usuais (claudicando, volteio, etc);
• Respiração
acelerada, difícil ou superficial;
• Pulso acelerado;
• Fezes aquosas ou
muito duras;
• Urina de coloração
anormal (sanguinolenta)
As causas das doenças nos bovinos são variadas e podem ser:
• Bactérias;
• Vírus;
• Protozoários;
• Ricketsias;
• Parasitas;
Breve descrição das doenças mais frequentes no nosso país
Doença Agente causador Principais sintomas Tratamento ou
controlo
Tuberculose
Doenças causadas por parasitas
Endo e Ectoparasitoses
Existem muitos endocarasitas que afectam os bovinos causando
emagrecimento, apatia, anemia, diarreias, etc.
Vias de introdução e disseminação de doenças na
exploração
As vias de penetração de doenças na exploração são varias,
podendo ser através de:
• Ratos e insectos;
• Visitas vinda do
exterior ou de outras propriedades infectadas;
• Alimentos
contaminados;
• Agua contaminada;
• Outros animais
doentes;
• Veículos e
utensílios.
Cuidados a ter com a entrada de novos bovinos na exploração
• Examinar bem os
animais que pretende adquirir;
• Examinar os olhos,
as narinas, o focinho, e o estado geral;
• Submeter a
quarentena antes de juntá-los ao seu rebanho
• Colher material
para o laboratório;
• Se houver mortes,
deve-se colher amostras e enviar ao laboratório veterinário para exames
Cuidados a ter com os bovinos doentes
• Separar os bovinos
doentes dos sãos;
• Colher material
para o laboratório;
• Garantir uma boa
higiene nas instalações;
• Tratar os doentes.
Observando constantemente as regras que se seguem, reduz-se
visivelmente a possibilidade do aparecimento de doenças e a sua difusão na sua
exploração. Assim, observe as seguintes recomendações:
• Adquira somente
animais rigorosos e de uma exploração cujo estado sanitário é reconhecido como
bom, sujeite os animais comparados a quarentena;
• Preste especial
atenção aos factores que minimizam o stress, através de um bom alojamento,
alimentação e maneio;
• Adopte um nível
elevado de maneio, observando uma limpeza constante dos estábulos, currais,
sala de ordenha, comedouros e bebedouros, etc;
• Crie separadamente
os reprodutores e bovinos em engordar;
• Evite o
sobrepastoreio das pastagens.
• Limpe e desinfecte
tudo o equipamento adquirido de outra exploração;
• Forneças alimento
balanceado e água fresca e limpa;
• Garanta alimento
suficiente para os animais, outro extra para a época de escassez;
• Adopte um sistema
de registo simples, que indique os nascimentos e outros dados;
• Planifique o
controlo de doenças (privilegie a prevenção).
• Contacte o
veterinário imediatamente em caso de alguma doença.
Maneio geral da exploração
Actividades diárias
• Inspecção dos
animais;
• Actividades
rotineiras (supervisão da alimentação e abastecimento);
• Limpeza dos pisos
(varreduras e limpeza com agua onde for necessário):
• Activação de
pedilúvio.
Registos numa exploração
Os registos na exploração bovina são muito importantes, como,
aprendeu nas unidades anteriores. Os bovinos reproduzem-se e, se não tiver
registos bem conservados, perderá o controlo dos seus animais.
Os reprodutores, machos e fêmeas, devem ter fichas de registos.
Em geral precisa de ser registos das vacas, vitelos e animais em crescimentos,
touro e animais de trabalho.
A ficha da fêmea deve incluir a seguinte informação;
• Número da fêmea
• O macho usado
• Idade
• Data de desmame
• Data de cobrição
data de parto
• Doenças e outros
problemas